quarta-feira, 12 de outubro de 2011

"Criança feliz, feliz a cantar... Alegre a embalar, seu sonho infantil..."




Ilustração: Daniela Moreno

Atendo com muito prazer ao convite da amiga Ingrid Strelow, do Descontruindo a Mãe, para essa deliciosa blogagem coletiva :D

Fui uma criança de Peixes. O que isso significa??? Nada, se o arquétipo desse meu signo solar não fosse tão presente na infância (o ascendente Leão só se manifestou depois). Sonhadora ao extremo, vivia no mundo da lua. Sonhava, sonhava, sonhava... E essa capacidade de sonhar me acompanha até hoje e permeia meus projetos.

Minha infância foi de 74 até o meio dos anos 80 (um pouco além, mas, metida como era, não assumia, rs). Fui criança de apartamento. Até mais ou menos 9 anos, só brincava "indoor". Tenho um irmão materno dois anos mais novo, com o qual brinquei bastante até mais ou menos essa idade, pois na maioria das vezes éramos só nós dois. Tinha uma penca de brinquedos, meu apartamento era um parque de diversões!!! Depois dos 9 anos, comecei a brincar no meu prédio, com uma turminha da qual tenho amigos até hoje. Brincava com as meninas e também com os meninos. Corria, andava de bicicleta, pulava corda, pulava elástico, jogava bola, enfim, tudo que uma criança saudável deve fazer. Já existia videogame (tive Odissey e Atari), mas nem de longe era a principal diversão. Lia muito (comecei a ler muito cedo), ouvia muita música (boa), via desenho animado (com horário para começar e terminar, nunca fiquei o dia todo na frente da tv), fazia ballet e jazz, sempre gostei muito de dançar.

Nossa casa sempre tinha visitas e eu gostava de ficar na sala ouvindo a conversa dos adultos (e me metendo nelas de vez em quando, rs). Todos os domingos (religiosamente) íamos à casa de minha tia avó Dinah, programa que gostava muito. Ela tinha um jardim onde eu ficava na maior parte do tempo, soltando minha imaginação, brincando sozinha, coisa que também gostava muito de fazer. Como eu morava em apartamento, uma casa com jardim e quintal para mim era uma brincadeira diferente e divertida, com mil possibilidades. À tarde, tinha o delicioso lanche, com tudo que eu gostava. À noite, Trapalhões, Silvio Santos, e íamos para casa.

Naná (como eu a chamei até seu último dia, ano passado) fazia mais o papel de vovozinha do que minha própria avó. Era na casa dela que tudo era divertido e permitido. Era para lá que eu corria quando estava aborrecida. Lá eu me sentia livre, naquele jardim cheio de hortênsias e com uma espirradeira enorme e rosada (só fui saber que era venenosa lá pelos 13, 14 anos, na escola, sempre brinquei com ela, rs), na cadeira de balanço que tinha no quintal, onde eu lia ou ficava olhando para o ceu ou na penteadeira dela, com aqueles frascos estranhos de perfume, que muitas vezes viravam poções mágicas.

Uma brincadeira da qual gostava muito era imitar cantoras. Ia no guarda roupa da minha mãe, montava uma produção de estrela, colocava o disco na vitrolinha, improvisava um microfone, cantando e dançando por horas!!! Muitas vezes a performance era compartilhada com a família, que aplaudia como plateia de verdade, rs. Alguém aí lembra da Bianca?? Pois era uma das que mais gostava de imitar.

Minha mãe sempre foi muito vaidosa e acabei herdando isso desde cedo. Gostava muito de me arrumar, colocar fitas no cabelo (eu tinha um rabão de cavalo lindo, que fazia questão de balançar quando passava, kkkk). Só tinha um pequeno problema: eu não ficava muito tempo quieta. Em questão de minutos toda a produção tinha ido por água abaixo: cabelo desgrenhado, roupa suja e amassada de correr, pular e me arrastar no chão durante as brincadeiras. A Cinderela virava abóbora com tanta farra!!!

Sempre fui boa aluna. Mamãe nunca teve trabalho para me pôr para estudar, pois eu fazia isso com muito prazer, curiosa como eu era. Também era muito participativa e ativista, me enfiava em tudo que pudesse: representante de turma, pelotão da bandeira (fui porta-bandeira do Brasil da escola do 3º  ao 5º ano), grêmio estudantil, Conselho Escola Comunidade, apresentações de dança...

As festas de aniversário eram feitas no apartamento. Minha mãe fazia tudo, com a ajuda de tias e amigas para arrumação. Muitos convidados, muitos primos e amigos de escola, parabéns animado, tudo cabia naquele apartamento!!!   Eu nem dormia direito na noite anterior, adorava!!!

Enfim, fui uma menina feliz. Curiosa, sonhadora, agitada, briguenta, quando achava necessário, que aprontava quando dava na telha, que cedo teve que se fazer de forte e que também teve que crescer um tantinho cedo demais. Essa menina ficou um tempo esquecida, em meio a demandas que surgiram. Mas foi resgatada a tempo e agora está novamente aqui, pronta para novas aventuras!!!





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