sábado, 6 de outubro de 2012

Uma pequena análise pessoal sobre as eleições

Não costumo usar o blog para falar de política diretamente, tampouco para defender candidato X ou Y. Mas a situação daqui do Rio nessas eleições é bem peculiar e achei que deveria dar a minha opinião.

Observo as mudanças que ocorreram nos últimos quatro anos, assim como acompanhei a ascensão política de Marcelo Freixo (cuja trajetória inspirou inclusive o personagem Diogo Fraga, de Tropa de Elite 2).

Não gosto 100% do Freixo, não concordo com algumas ideias dele, a começar pela de que bandido tem direitos humanos. Mas também acho muito perigosa essa teórica unanimidade em torno de Eduardo Paes (nas pesquisas). Não posso negar que o Rio avançou muito nos últimos anos. Isso aqui estava entregue às moscas, ninguém queria investir aqui, a educação era lamentável. Hoje existem escolas como as dos meus filhos, de horário integral, a do pequeno é EDI (Espaço de Desenvolvimento Infantil). Mas tive sorte de encontrar escolas top de linha (e persistir muito para encontrar vaga, especialmente para o menor, que foi para o Maternal). A maioria da rede não é assim. Escolas como as deles são minoria, além do número de creches ser insuficiente e as que existem têm horários incompatíveis com mães que trabalham fora em tempo integral.

Outra coisa que incomoda muito é a opção por transporte rodoviário, quando seria muito mais eficiente e sustentável investir em metrôs e trens.

Houve melhoramentos urbanos, como o Parque Madureira, por exemplo. Melhorou sim. Mas o que me preocupa na Prefeitura atual é justamente as obras para aparecer, seja na educação, seja nos transportes, seja no urbanismo. Em locais pontuais e estratégicos. Meu bairro, o Cachambi, na região do Grande Méier, por exemplo, é tido como bairro de classe média, mesmo estando no subúrbio. Madureira é polo comercial, além de tradicional berço do samba.

Temo pelo que pode acontecer nos próximos 4 anos, a exemplo de César Maia, que fez alguma coisa no primeiro mandato, depois largou a cidade à própria sorte no segundo. Como Eduardo Paes é novo e não é nada burro, além de ser natural sucessor de Dilma Roussef em 2018 (caso ela venha a ser reeleita), torço realmente para que suas ambições sejam muitas, para que ele não largue a cidade, como fez seu antecessor e o Rio seja cada vez mais próspero.

De qualquer forma, acho que um segundo turno cairia bem, junto com Marcelo Freixo, para que os debates se aprofundassem e se intensificassem, desnudando os candidatos e nos fazendo escolher de forma mais consciente, sem manipulação ou pirotecnia.


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