quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Profissão: Dona de Casa

Este post foi atualizado para fazer parte da blogagem coletiva:

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Há alguns anos, optei por ficar em casa, para acompanhar de perto o desenvolvimento dos meninos e também por acreditar que, na realidade que eu tinha, com escola particular em tempo integral, mais transporte escolar, não valia a pena o dinheiro gasto e as horas que passávamos separados (e no trânsito, tanto eu como eles), comparando ao que eu ganhava (em todos os sentidos, não somente financeiro) trabalhando fora. Há muito o que evoluir para que a mãe que tem que bater ponto todos os dias se sinta segura e de bem consigo mesma e com sua agenda.

Meu último trabalho de carteira assinada foi em 2007. Nesse meio tempo, não fiquei parada, trabalhei com vendas de cosméticos, e-commerce, fazendo doces e bolos, peguei traduções, revisões de texto, entre outras coisas... Algumas deram certo, outras não. Em nenhum momento deixei de manter a leitura em dia, de estudar e de me atualizar. Sou ativa nas redes sociais, montei uma interessante rede de amigos e conhecidos, além de ser ativista das causas nas quais acredito. Tive um blog, encerrei, agora tenho esse, que em breve se desdobrará, o que já era para ter saído do papel, mas teve que ficar quietinho por vários fatores ocorridos durante esse ano (nada fácil) que adiaram esse e outros projetos.

Muito, felizmente, se falou sobre maternidade x trabalho durante o ano, como numa série de reportagens do caderno "Empregos e Carreiras/Negócios, da Folha, em maio. Uma, sobre a licença maternidade de 6 meses ser rara, no mundo corporativo, mesmo com os incentivos oferecidos pelo Governo. Outra cita empresas que, por opção, oferecem o benefício da licença estendida (e a mudança de paradigmas que ocorre também com as mães, que podem ficar mais tempo com seus filhos), com o objetivo de tranquilizar e fidelizar as profissionais, valorizando-as. Uma também excelente opção a ser pensada para o melhor relacionamento com funcionários que são mães e pais é a concessão de férias junto com as férias escolares ou, caso isso não seja 100% viável, a flexibilização da jornada de trabalho, através de home office e horários amigáveis, permitindo a convivência em parte do período com os filhos. É possível e é desejável, trazendo benefícios a todas as partes, pois as pessoas ficam mais comprometidas e satisfeitas.

A última reportagem era sobre o empreendedorismo pós maternidade, que também está sendo mostrado nesse momento pelo Fantástico, através do quadro Mãe S/A. O caminho do empreendedorismo foi o que eu escolhi. No trabalho como um todo, remunerado, voltado para clientes empresas e pessoas físicas e no trabalho em casa. E sabe que nesse último aprendi muita coisa (nem sempre do modo mais fácil, mas está valendo) que pode ser utilizada com clientes e empresas com os quais eu venha trabalhar? Concordo com a Viviane Pereira, do Mãe Digital, quando ela compara a dona de casa a uma CEO (Chief Executive Officer, ou Diretora Executiva). Temos que ser especialistas em finanças, em administração de tempo, gestão de pessoas, relações humanas, pedagogia, psicologia, medicina... A casa tem que funcionar e estar em harmonia.

Agora, estou às vésperas de começar novo trabalho fora em meio período (começo amanhã). Confesso que é mais por necessidade de equilibrar o orçamento do que por vontade. Mas não deixa de ser um desafio e adoro desafios. Não de voltar ao mercado, pois nunca saí dele. Mas de testar uma nova forma de organização e colaboração familiar, uma demanda maior por uma eficiente administração do tempo e dos recursos. Felizmente, nessa nova empreitada conto com o apoio do meu marido e até dos meninos, proporcionalmente ao que podem fazer sem prejudicá-los, além da responsabilidade, no caso dos mais velhos, de fazer suas tarefas escolares e de assumir seus compromissos sem tanta supervisão (que não vai deixar de existir, só não vai ser ostensiva - até porque não precisa, pois são ótimos alunos). Vai ser uma experiência interessante. E reforça ainda mais minha principal função, da qual muitas vezes fiquei brava quando assim me chamavam, mas hoje assumo com orgulho: sou dona de casa.
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Update 08/003/2013: Percebi, três meses após escrever esse post, que prefiro acompanhar minha casa e meus filhos de perto e também que gosto de ser dona do meu tempo. Voltei ao home office e estou muito feliz com a minha escolha. Até porque minha principal função, dona de casa e meu principal papel, o de mãe, não se alteraram. Pelo contrário. Foram reforçados e me fizeram ter mais certeza de que, independente do que eu escolha, serei feliz com esses dois pilares, com esses dois papéis, com essas duas funções que são o alicerce, ungidos com amor, da minha família, meu bem mais precioso.

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